segunda-feira, maio 26, 2014

O hospital, a rua, e os ricos.

Ontem um flaneinha foi executado em frente a um grande hospital de Natal. Em questão de horas, recebí pelo What´s Up o vídeo dos últimos minutos de vida do rapaz.
Agora é assim: a pessoa é executada, e logo logo surge o vídeo no zap zap.
Mas não foi isso que me chocou.

O chocante, é que o rapaz foi morto em frente a um dos maiores, e mais renomados, hospitais particulares de Natal.
No vídeo, vemos vários profissionais de saúde do hospital saírem em socorro do rapaz. Uma delas checa os sinais vitais, outros fazem como outros: observam só pela curiosidade de poder saber.

Durante todo o vídeo, de aproximadamente 1 minuto, várias pessoas circundam o rapaz. Nenhuma o carrega para dentro do hospital, que é particular.

Bastava atravessar uma rua, estreita, diga-se de passagem. Se tivesse atravessado, talvez tivesse sobrevivido. Mas ele não atravessou a rua.

O rapaz não atravessou essa, e outras ruas.

Ele não atravessou a rua que separa ricos, de pobres. Se tivesse um bom sobrenome, provavelmente seria atendido.
Não precisava nem de um bom sobrenome: bastava ter um dos carros que guardava, em troca de moedas.

A rua que divide a sociedade de consumo, ele não atravessou. E isso pode ter-lhe custado a vida.

Me faz pensar em quantas pessoas, que não atravessaram esta mesma rua, podem estar morrendo neste momento. Poderia ter sido você. Ou eu...

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